A Educação para a saúde
A Nutrémia tem desde a sua fundação, a 14 de dezembro de 2007, uma outra área de atuação a par das consultas, treinos e tratamentos. Estas marcações podem ser procuradas para tratar, reverter ou minimizar algum estado de saúde ou, podem e devem ser um meio de prevenir o aparecimento de patologias e melhorar a condição e o bem-estar físico e psicológico. A educação para a saúde é, sempre, um fio condutor nos acompanhamentos da clínica mas realiza-se também através de outras ações tais como workshops e webinars, tertúlias, oficinas, caminhadas, eventos e semanas de saúde e, através de artigos, boletins ou informação que preparámos para jornais, revistas e rádios locais e nacionais. É uma área que dá bastante satisfação à Equipa na medida em que não só investe para poder ter uma contribuição maior, a longo prazo, no exercício das suas funções enquanto profissionais de saúde, como reconhece que, também, assim, desenvolve várias competências pessoais e profissionais. Estar com outras pessoas, noutros contextos e ambientes, com diferentes públicos e preenchendo objetivos e necessidades em ângulos menos atendidos pela saúde faz com que abordemos a saúde como um todo. São dinâmicas e projetos que se foram instalando nas nossas rotinas, ao longo destes quase 17 anos de existência, até comporem o nosso atual cronograma anual de ações que definimos com o objetivo de Educação para a saúde e que se tem vindo a afirmar pela longevidade e consistência, conquistando o interesse de diferentes públicos aderentes e intervenientes da sociedade. É, claramente, uma forma de transformar hábitos de vida.
Parte destas dinâmicas concentram-se nas idades mais jovens, através de diferentes atividades que tomam lugar na “Semana Dia da criança é todos os dias” (em junho), nas Oficinas de verão (em julho) e com o lançamento anual do cartão de estudante (em setembro). Através de programas educacionais e intervenções práticas, a Nutrémia pretende capacitar as crianças e as suas famílias com o conhecimento e as ferramentas necessárias para tomarem decisões alimentares informadas e saudáveis e, que permitam ativamente a construção de autonomia e numa relação salutar com a alimentação e com o estilo de vida, assente mais nos ganhos positivos que temos com eles e, ao mesmo tempo, sem “diabolizar” alimentos ou outros momentos mais relaxados. Trabalhar com crianças e adolescentes é fundamente porque os hábitos alimentares formados na infância persistem frequentemente na vida adulta. No que diz respeito à alimentação, crianças que têm uma boa ingestão de produtos hortofrutícolas e outros alimentos com interesse nutricional tendem a manter esses hábitos ao longo da vida. Além disso, educar os jovens sobre nutrição pode reduzir a prevalência de problemas como a obesidade infantil e perturbações alimentares, que são preocupações crescentes nas sociedades atuais. A prática de exercício físico está bem sedimentada nas rotinas das crianças e adolescentes, nomeadamente em ambiente escolar, mas continuámos a escutar que é sentida por alguns jovens como uma “obrigação”. Atrás desta forma de nos relacionarmos com hábitos de vida saudáveis e, ainda, com o nosso autocuidado, estão, necessariamente, crenças e padrões de pensamento que vamos construindo. Muitas das vezes, a psicologia não ocupa o seu merecido papel como ciência de retaguarda para este propósito da educação para a saúde e, desde logo, a própria regulação emocional e a relação que tem com o comportamento de uma forma geral é prova disso. As Dinâmicas da Nutrémia são, assim, uma confirmação de um trabalho interdisciplinar e de que “falamos para além das calorias”®.
Teresa Campos, Nutricionista e Diretora clínica da Nutrémia, Clínica de Nutrição e do Comportamento.