A autoestima é um resultado importante para a Saúde mental
A autoestima é a perceção que o indivíduo tem de si próprio, incluindo valores, sentimentos e pensamentos. Mais do que gostar de si mesmo, a autoestima abrange conceitos como a autoconfiança, o autoconceito e a autovalorização.
A autoconfiança refere-se ao quanto o indivíduo se conhece a si mesmo, à sua capacidade para lidar com diversas situações, o quanto se sente seguro e se valoriza. O autoconceito envolve a opinião que a pessoa tem sobre si mesma e vai sendo construído ao longo da vida, influenciado pelas experiências que vivenciamos, bem como, pelos comentários que recebemos do exterior. Esta opinião pode, por isso, estar distorcida por esta interferência de terceiros ou mesmo até pela presença de alguns problemas de saúde mental. A autovalorização é o sentimento que a pessoa nutre por si mesma, é o quanto ela gosta de si, o valor que dá a si mesma, acompanhado por comportamentos e pensamentos. Deste modo, a autoestima não é apenas o modo como o indivíduo se sente em relação a si, mas também o que pensa sobre si e como se comporta.
Interrelacionando estes conceitos que fazem parte da autoestima, podemos, por exemplo, centrar o nosso autoconceito no que entendemos que os outros vêem mas esquecemo-nos que muitas vezes vêem aquilo que nós deixamos ver, seja realmente o nosso “eu” ou um “eu” mais retraído, inseguro. Constantemente procuramos valorização externa dos outros para os nossos atos e para a nossa pessoa. No entanto, o caminho passa pela nossa valorização interna, por sabermos quem somos, por procurarmos ter uma consciência ajustada à realidade, ao que já fizemos de acertado e daquilo que podemos ainda corrigir. Quando assim é, seremos sempre bem-sucedidos pois sabemos quem somos, onde estamos, para onde queremos ir e o que precisamos para lá chegar. Se gostar mais de si e respeitar-se, irá incitar nos que o/a rodeiam, a estima e o respeito por si.
A autoestima é um pilar fundamental para a saúde mental, influenciando todos os aspetos da vida emocional e psicológica. Cultivar uma autoestima saudável contribui para uma maior resiliência, bem-estar emocional, melhores relações interpessoais e uma atitude mais equilibrada e otimista perante a vida. A falta de autoestima, por outro lado, pode ser prejudicial e aumentar a vulnerabilidade a perturbações psicológicas – entre os quais a ansiedade, depressão ou insegurança, e/ou a comportamentos autodestrutivos. Como costumo dizer que não há idade ideal ou certa para começar a cuidar da autoestima. Sublinho, sempre, também, que resultados surgem de pequenas transformações.
Andreia Barbosa, Psicóloga e Coordenadora da Valência de Psicologia da Nutrémia, Clínica de Nutrição e do Comportamento